Explorando a Efemeridade Digital: Reflexões sobre Stories do Instagram e Web Stories do Google
Naquele domingo de manhã, enquanto me deliciava com um café fresco e folheava um jornal já meio desatualizado, encontrei-me perdido em pensamentos sobre essas novas formas de contar histórias — os efêmeros Stories do Instagram e os mais duradouros Web Stories do Google. É curioso como essas invenções digitais têm remodelado nossas noções de memória e narrativa, me fazendo ponderar, com um misto de humor e melancolia, sobre a nossa existência tão volátil na era da internet.
Comecei a refletir sobre a natureza passageira dos Stories do Instagram. São como bolhas de sabão sopradas ao vento de um parque no domingo, brilhantes e cheias de cor, capturando a luz por um instante, apenas para estourarem e desaparecerem sem deixar rastro. “Eterno enquanto dure”, diria o poeta, sobre o amor, mas a expressão cai como uma luva para descrever a vida útil dessas narrativas digitais. No entanto, a ironia é que, embora desapareçam de nossa vista, elas se eternizam nos vastos e enigmáticos servidores das empresas, como segredos guardados em um baú cuja chave se perdeu. Me pergunto, com uma risada, se isso não seria o “eterno” que nunca esperávamos alcançar.
Em contraste, os Web Stories oferecem-se como murais na internet, onde podemos pintar com pinceladas mais largas e cores mais duradouras. Permitem uma narrativa mais elaborada, que não se dissipa com o amanhecer do dia seguinte, mas que, paradoxalmente, também luta pela atenção em um oceano de informações que nunca para de crescer. Em meio a essa reflexão, não pude deixar de pensar nos velhos álbuns de fotografia em papel, cujas imagens amarelecidas pelo tempo contam histórias que permanecem nas prateleiras de nossas casas, longe dos olhos curiosos da internet.
E então, uma questão sobre a privacidade dessas narrativas digitais me veio à mente, fazendo-me sorrir com a peculiaridade do pensamento: embora os Stories do Instagram prometam desaparecer, deixando atrás apenas a leveza de não ser eterno, eles permanecem, escondidos nas sombras dos dados coletados, como um espião em uma festa de máscaras, observando sem ser visto. “Eterno enquanto dure”, mas o que dura é mantido longe de nossos olhos, em uma existência paralela onde o efêmero e o permanente dançam juntos, sob o olhar atento das corporações.
Assim, enquanto o domingo se desenrolava preguiçosamente, com a luz do sol filtrando-se pela janela e desenhando padrões no chão da sala, continuei a ponderar sobre essas questões, encontrando um deleite peculiar na maneira como as histórias digitais se entrelaçam com a tapeçaria de nossa vida cotidiana. Refleti sobre como, apesar de sua aparente fugacidade, elas capturam e moldam momentos, pensamentos e sentimentos, tornando-se parte do nosso legado digital.
Com um sorriso, concluí que, talvez, a verdadeira magia dessas narrativas não resida na duração de sua existência, mas na capacidade de tocar nossos corações e mentes, deixando uma impressão duradoura que transcende o digital. E assim, com o fim do meu café, fechei o jornal e decidi que era hora de criar minha própria história do dia, efêmera ou não, mas certamente real.